Entropia corporativa

quarta-feira, 5 de maio de 2010



Como resolver a equação de maior produtividade sem alto turnover? Nossos exemplos de profissionais que debandaram da vida corporativa vêm aumentando, e muitas vezes, a maioria de nós não entende exatamente as razões de quem toma esta decisão. Em geral, as decisões não estão embasadas na falta de estratégia das empresas, na falta de perspectiva profissional ou em algo ligado às questões técnicas. A decisão é sempre explicada pela falta de qualidade de vida, desejo de maior contato com a família e etc.
A sensação da maioria é de que está batendo no teto e que já utilizou todas as ferramentas para buscar maiores e melhores resultados, e muitos insistem em fazer mais do mesmo. Isto está acontecendo, porque, nas empresas, ainda não percebemos onde está a saída para o problema. Nossas pesquisas e trabalhos feitos em nossos clientes apontam para a solução através da melhoria nos relacionamentos. Bons executivos terão que entender de gente e de como fazer as pessoas se sentirem realizadas e felizes!

A aplicação da teoria dos tipos psicológicos na solução de problemas corporativos melhora a comunicação, a empatia e, conseqüentemente, a qualidade das conversas na empresa. Pessoas, a começar dos altos executivos, terão de passar por um longo processo de autoconhecimento, para depois conhecer os outros, e assim melhorar a qualidade e resultados de seus times.

Como já escrevemos, e muito tem se escrito a respeito, ajustar seu tipo psicológico e compreender o de seu interlocutor confere qualidade e poder às conversas. Além disto, entender os níveis de “diálogo interior” que você possui, ajuda a ficar mais presente e consciente nas relações interpessoais, evitando os freqüentes mal-entendidos do nosso cotidiano.

A realidade é aquilo que o indivíduo experimenta, e, constantemente, confundimos realidade com verdade. Exatamente esta distorção cognitiva que proporciona os mal-entendidos e as confusões de comunicação interna e externa nas empresas.

Ok! Ok! Mas, por onde começar? Comecemos afirmando que a linguagem modela o pensamento e cria o que chamamos de modelos mentais, ou seja, nós reagimos às situações de forma pré-programada e organizada e será necessário reprogramar a forma de pensarmos, agirmos e nos comunicar. Vamos então ordenar as coisas: conhecer seu tipo psicológico e aprender a se relacionar com os demais, entender como se processa seu pensamento e quais os gatilhos de linguagem que disparam suas ações, aprender a sentir o que o outro está sentindo diante de determinada situação e, por fim, afinar a comunicação na forma e no conteúdo.

Precisaremos de muita disciplina, força de vontade e tempo para acertarmos esta nova fronteira corporativa. Justamente por acreditarmos que no mundo empresarial não havia espaço para sentimentos é que teremos maior dificuldade para quebrarmos estes velhos paradigmas. Durante anos, lançamos mão de todo tipo de ferramentas técnicas e efetivamente construímos muita riqueza, agora para continuarmos, teremos que prestar atenção nas pessoas e nos relacionamentos interpessoais. Esta é nossa conclusão a respeito do novo desafio que se coloca para nós e nossos clientes.

Nós oferecemos treinamentos nas áreas conceituais, técnicas e atitudinais, e não é de espantar que a terceira tenha sido nossa grande campeã de solicitações. As empresas clamam por resolver questões de relacionamento interno e fundamentalmente no relacionamento da organização com seus clientes e interlocutores.

Executivos e empresários devem estar atentos a esta nova condição do mundo dos negócios. E assim como muitos já estão fazendo, contratações só devem acontecer caso se conheça previamente o perfil esperado, e o garimpo de talentos seja feito com base nas diretrizes comportamentais dos candidatos.

Abre-se nesta década uma nova oportunidade de melhorarmos nossos relacionamentos e ainda conquistarmos novos e melhores resultados. Nossas experiências têm demonstrado uma efetividade muito alta nos relacionamentos comerciais. Onde antes havia desacordo, problemas de entendimento, ruído na comunicação, começa-se a obter resultados apenas com a aplicação de conhecimentos relativos à comunicação e ao relacionamento interpessoal. Passar ao largo destes novos métodos é participar de uma simples conversa ou de uma grande negociação em desvantagem considerável, portanto, prepare-se.

Nosso cérebro funcionou nas empresas prioritariamente com a metade esquerda e agora a diferenciação está em utilizar-se de forma correta a outra metade, que interpreta, dá sentido, cria e vê menos os detalhes e mais a paisagem. Boa sorte em sua nova viagem interior.

Por: Rubens Pimentel Neto
Fonte: http://www.rh.com.br

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