O diabo veste Prada

sexta-feira, 26 de junho de 2009


O diabo veste Prada é um filme – em boa medida, uma comédia - com vários méritos: uma história interessante para profissionais empregados (as dificuldades da jovem assistente da editora-chefe de uma importante revista de moda em New York), bom elenco (com destaque para Meryl Streep no papel da poderosa, invejada e temida editora-chefe) e belos figurinos. Mas o filme, mais do que ser diversão, inspira perguntas importantes sobre questões modernas que permeiam a gestão de pessoas nas empresas, tais como assédio moral, motivações pessoais e governança corporativa.

Sobre assédio moral, em grandes linhas, um conjunto de pequenas condutas de desqualificação de um profissional pelo seu superior hierárquico: Miranda Priestly (Meryl Streep) pode ser percebida como exemplo vívido desse tipo de patologia empresarial, em vários comportamentos: críticas ácidas, ainda que aparentemente polidas, sobre contribuições ao trabalho ou sobre o modo de vestir de subordinados; estabelecimento de tarefas difíceis, a realizar em prazos inexeqüíveis; desqualificação profissional das pessoas ao redor (todos são incompetentes), bem como exigências freqüentes e descabidas de extrapolação de funções e do horário de trabalho.

A editora-chefe é democrática em relação aos seus subordinados: pode-se dizer que todos estão sujeitos às suas idiossincrasias, o que, de certa forma, se contrapõe à conduta clássica de assediadores morais, que podem concentrar seu assédio sobre determinadas pessoas. Também é verdade que a editora se mostra humana em algumas cenas do filme, mas isso não altera seu modus operandi típico em relação às pessoas que coordena.

Sobre motivações, O diabo veste Prada também inspira perguntas: até que ponto o acesso a determinadas benesses materiais – e roupas de grifes de moda são apenas uma possibilidade – compensa o desgaste pessoal e a perda paulatina de auto-estima? Até que ponto é razoável investir expectativas e saúde em uma organização que opera baseada em critérios pessoais de recompensa

e punição de pessoas com grande poder, especialmente quando elas são de difícil trato, dificultando manifestações de criatividade ao seu redor?

Os aspectos de assédio moral e de motivação podem ser enquadrados em uma visão mais abrangente de governança corporativa, que abarca a visão do ser humano pela organização. Quais são as grandes linhas da política para pessoas dessa empresa – a revista de moda fictícia do filme? Como ela determina o seu processo sucessório? Qual é o nível de transparência em relação aos gestores e, mais especificamente, em relação aos gestores considerados difíceis? E em que medida a empresa percebe o risco de perdas de valor econômico (ou, no mínimo, o risco de não alcançar bons retornos) com a tolerância a comportamentos que podem inibir o talento e as contribuições individuais?

A percepção é que não existe, na revista de moda do filme – uma indicação cinematográfica interessante para quem se interessa pelas questões aqui contempladas -, uma regulação interna, como um código de ética, que funcione efetivamente, disciplinando condutas. Isso é razoável em organizações modernas que dependem cada vez mais da criatividade e da produtividade contínua das pessoas? Em O Diabo veste Prada, o problema parece residir muito mais na governança empresarial estabelecida do que na aterrorizante Miranda Priestly.

Fonte(s):
http://www.apimecmg.com.br/newsLetter.as...

7 comentários:

Anônimo disse...

Este filme ,é o maior barato. foi um dos melhores filme que assistir até agora. maravilhoso adorei e vou assistir outra vez.
um abraço .

Anônimo disse...

Nossa muito legal mesmo o filme, adorei e vou ver de novo!

Anônimo disse...

filme que fez aprendermos muito...

Anônimo disse...

Esse filme é o retrato do que acontece em algumas organizações, com gestores autoritarios e com pouco interesse em valorizar seus subordinados dando importancia apenas aos seus interesses pessoais.
Esse tipo de gestor não deve ser chamado de líder e sim de chefe, é essa a diferença.

Anônimo disse...

essa porra num vale é nada
Aline nunes

Anônimo disse...

Vc também parece que não! rsrsrrsrs.....

Marina Lima disse...

poxa nao conseguir entender o contexto de marketing pessoal no filme , alguem pode me ajudar ?

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