Independente de local e hora, o bullying surge como agressão verbal ou humilhação constante também na vida profissional

Se você se considera um nerd ou não, ou é um professor insensível, ou é um chefão durão, ou é um funcionário exemplar, ou tem algum tipo de deficiência, já deve ter sentido na pele os efeitos de uma agressão verbal ou humilhação especialmente na presença de outras pessoas.

No meu caso, eu posso dizer que aprendi bem cedo. E nem tinha esse nome ainda de "bullying".

Na escola fundamental, minha professora quase me tirou um pedaço da orelha com um beliscão. Nem lembro o motivo, mas parecia perseguição. E lembro-me que em outras salas de aula e escolas da época, alunos que cometiam algum tipo de problema ou não sabiam ler algo na lousa ou na cartilha eram colocados de castigo no canto da sala, de joelhos, sobre grãos de milho ou ficavam com aquele chapeuzinho de papel na cabeça onde estava escrito "burro".

Já na fase de colégio, era comum o professor de latim chamar a todos os alunos de "grandes burros" porque naturalmente a turma não conseguia assimilar seus ensinamentos. Ainda, alguns colegas de classe me olhavam de maneira estranha porque eu costumava usar uma roupa mais séria do que os demais. Numa época em que a moda era usar roupas super coloridas, eu andava com um terninho azul claro que tinha sobrado do seminário.

Na vida profissional a coisa não mudou muito. Lembro-me de um sócio da empresa de consultoria que não sabia me chamar pelo nome, só me chamava "auditor magricelo". Isso pode ser considerado de menor importância. Vi colegas sendo massacrados por seus superiores hierárquicos pois estes queriam exercer suas funções com muito "zelo", muito acima do que se esperava deles. Pareciam mais ansiosos de mostrar poder. Em alguns casos, mulheres, por exemplo, não eram "seres humanos". Algumas até choravam de tanta humilhação repetida até quando não conseguiram mais se segurar e se demitiram e deixaram a empresa.

Exemplos a gente pode contar muitos. Ainda recentemente tive a oportunidade de ver um vídeo num canal da net onde o "todo poderoso chefão" chamava a atenção de seu subordinado por causa de um erro de projeto de construção civil. Pessoa pública, o "todo poderoso" não perdoou a sua "vítima" mesmo estando em um local público, na presença de muitos convidados. Pobre da esposa da "vítima", que estava no local, aproximou-se dele (da "vítima") para segurar a sua mão, como sinal espontâneo de solidariedade naquele vexame.

Já pensou em quantos casos semelhantes acontecem no dia a dia? Em seu grupo de amigos, parentes? Dentro das empresas, quando as empresas são incorporadas e os seus funcionários são obrigados a determinadas retaliações? Ou, quando há um espírito muito forte de competição entre funcionários de diferentes departamentos? Acepções de pessoas por cor, raça ou religião, ou até mesmo por causa de torcer por determinado time de futebol?

Quem sabe o bullying não seja a causa do seu alto stress que levam a faltas constantes ao trabalho, à sua baixa auto-estima, das suas dores musculares, das suas dificuldades para dormir, dos seus problemas alimentares?

* Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do Dicas Profissionais e Diretor da Yama Educacional.
Fonte: http://www.dicasprofissionais.com.br

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