Não carregue o mundo nas costas

sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Quem gosta de mitologia grega já deve ter ouvido falar do gigante Atlas, que deu origem ao termo relativo aos mapas e também ao Oceano Atlântico. Ao lado do pai, Poseidon, o deus dos mares, ele tentou tirar o trono de Zeus e se deu mal: foi condenado a carregar o mundo nas costas. Não há imagem melhor para ilustrar o estado de certas pessoas.

A pessoa que sofre do "complexo de Atlas” parece levar tanto peso nos ombros que chega a ficar curvada. Também está sempre com ar de preocupação e cansaço, olheiras, dores de cabeça e o maxilar tenso. Quando você pede algum favor a elas, os olhos logo arregalam e os pés balançam, nervosos. Dá até um certo arrependimento, parece que pedimos algo do tamanho de um elefante, ainda que tenha sido só uma carona.

Mas os "Atlas” sempre dizem "sim”. Podem até se estrepar, mas não deixam de cumprir qualquer missão. Chegam a ficar doentes, revelando o quanto estão estressados. Tomam dias analgésicos de uma vez e nunca viajam sem levar comprimidos, spray e bolsa de água quente, quando não levam uma receita médica a tiracolo. Mas, jamais, de jeito nenhum, delegam qualquer atribuição ou pedem socorro. São super-heróis.

Você conhece alguém assim, não é? Eu também. Quando as responsabilidades começam a pesar, todos nós ganhamos alguma semelhança com o gigante da mitologia grega. Você vai ao massagista e ele grita: "Pare de carregar o mundo inteiro nas costas”. Todo mundo começa a reclamar de seus excessos, de sua mania de perfeição. Mas é tão difícil se desligar das obrigações e chutar o balde! E se fizerem tudo errado?

Parece que, por mais eficientes que sejam nossos colegas ou funcionários, o resultado nunca ficará bom se não segurarmos as rédeas. É claro! Num trabalho em equipe, é o grupo que deve ficar satisfeito e não apenas você. Por mais que delegar seja complicado, não dá para resolver tudo sozinho. È melhor abdicar da perfeição antes que o complexo de Atlas comece a influenciar suas atitudes. Há tarefas que devem ser feitas por nós do começo ao fim, mas há outras que podem ser divididas sem o menor prejuízo.

Além de compartilhar as obrigações, a melhor forma de combater o Atlas que existe dentro de nós é aprender a identificar as responsabilidades imaginárias. Aquelas que teimamos em acreditar que são nossas, mas nunca serão. A felicidade dos outros – filho, pai, vizinha ou amigo – não depende de nós. Depende de cada um deles. Ou, como acreditavam os gregos, depende dos deuses do Olimpo.

Fonte: http://www.goodlight.com.br

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